terça-feira, 4 de maio de 2010

Entre a Fé e o Apelo

Não apenas dentro da Seicho, mas em qualquer outra filosofia ou religião, encontramos diversos tipos de adeptos.

Tem aqueles que praticam fervorosamente, outros que mais se simpatizam, e outras pessoas que apenas vão devido a amizades mas que não despertam muito interesse.

Eu mesmo conheço a Seicho desde que nasci, porém comecei a me interessar e praticar mais o ensinamento após o final de minha adolescência.

Sempre observei muito a maneira como cada um pratica, e a forma também que é interpretado o ensinamento por cada pessoa.

Dentre as coisas que observo, reparo que muitas pessoas se julgam mais ou menos praticantes de acordo com a frequência que elas rezam.

Lembro que quando ia nas missas do catecismo, ainda criança, recebia sempre a orientação do padre de que Deus só lembra de quem reza. Por isso era importante rezar para que Deus sempre nos desse a graça.

Isso era algo que me intrigava, pois eu conhecia um monte de gente que nem frequentava igreja, mas a vida delas transcorriam na mais perfeita harmonia, enquanto que muitas pessoas que eram praticantes fervorosos de alguma religião não encontravam a felicidade.

Anos mais tarde, após muitas palestras e alguns livros da Seicho que estudei, comecei a compreender melhor o real significado da oração.

Quando falamos de oração, normalmente a primeira coisa que nos vem na cabeça é dificuldade, que rezamos quando precisamos de algo ou de ajuda.

Posteriormente passamos a ver a oração como um agradecimento.

As duas afirmações são coerentes.

Quando oramos a Deus porque estamos passando algum momento de dificuldade, é que desejamos que despertemos para encontrar um melhor caminho.

Quando oramos apenas para agradecer alguma coisa que aconteceu, ou simplesmente por gratidão, é porque estamos dispertos de que Deus esta sendo manifestado.

Porém, não devemos, achar que quanto mais rezamos, mais Deus vai se manifestar.

Deus dá igualdade a todos que nascem à terra. Mesmo aqueles que não frequentam nenhum tipo de religião.

É contraditório dizer que "Deus salva a todos" e depois falar que ele só vai lembrar das pessoas que rezam.

Na verdade, sempre me vem a compreensão de que a oração é para que lembremos que Deus existe, e não para "chamar a atenção dele."

Deus já sabe da nossa exitência, independente da nossa crença, porém nós é que as vezes esquecemos da existência dele.

Quando achamos que estamos numa situação negativa difícil de reverter, descremos que temos capacidade infinita.

Quando sentimos ódio, rancor e mágoa, descremos que como filho de Deus possuimos o amor dele.

Tanto é que a oração justamente costuma vir nesses momentos negativos. Para que possamos lembrar dele, e que ele está dentro de nós.

Essa é a diferença de quem ora 1000 vezes descrente, e de quem ora 1 vez com amor.

Quem reza apenas para acumular "bonus divinos", não irá despertar, pois acredita que Deus está longe, por isso necessita orar muitas vezes para ver se ele enxerga você.

Enquanto que muitas vezes um simples agradecimento ou afirmação da existência de Deus dentro de nós, já nos desperta para muitas situações.

Ter fé não é apenas orar conforme as práticas de sua religião. É também acreditar que como filho de Deus você sempre pode manifestá-lo.

Quando manifestamos Deus podemos reverter qualquer resultado, conseguir qualquer sonho e objetivo. Nos tornamos inabaláveis, pois estaremos despertos não apenas na força, mas também no amor e na convicção.

Portanto, quando pratiquemos alguma oração ou ato religioso, que não participemos apenas para passar o tempo e com dúvidas, mas sim com a convicção de que sairemos com Deus ainda mais manifestado dentro de nós.

É brutal a diferença entre fazer e fazer com dedicação. Assim como todas as coisas na vida.

Como Deus deu igualdade a todos, temos as mesmas chances de vencer e manifesta-lo.

Esteja sempre convicto dessa verdade, pois assim como Deus, você também é uma pessoa maravilhosa.

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