Convergência ao Centro

A foto acima é de Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; Roma 1876 - 1958. Conhecido como o Papa Pio XII, ou o Papa da guerra, pois durante seu pontificado (1939-1958) aconteceu a segunda guerra mundial.

Muitos o condenam até hoje, alegando que foi omisso durante o período da guerra. Outros falam que seu silêncio ajudou a poupar milhões de vidas.

Historiadores dizem que ele na verdade trabalhou em silêncio durante o holocausto, abrindo as portas de igrejas católicas em toda a europa, para abrigar judeus refugiados e assim salvando muitas vidas.

Antes do início da segunda guerra mundial, era tenso o clima em toda a europa. A emergente Alemanha de Hitler ameaçava invadir países como a Polônia e Hungria, e aliada a Itália e Japão, formavam um fortíssimo eixo. França e Inglaterra já teriam declarado união contra a Alemanha e seu eixo, e a espectativa de milhões de pessoas era de periodos sangretos.

O Papa Pio XII tentou por diversas maneiras evitar a guerra. Como na época o catolicismo era a religião com maior número de seguidores em todo o planeta, o Papa exercia fortíssima influência sobre a população mundial, como ainda é hoje.

Propôs reuniões entre chefes militares e de estados dos países que estavam em atrito, fazia discursos para toda a população como se fosse um último recurso para salvar a humanidade, mas tudo em vão; ninguém procurou seguir suas orientações.

Como resultado final, tivemos mais de 70 milhões de mortos, e a devastação da Europa e do Japão.

Relato aqui esse fato, pois hoje de manhã estava ouvindo o noticiário, e deparei com a seguinte notícia: "Papa Bento XVI completa 5 anos de pontificado, em meio a maior crise da igreja católica".

Para quem não sabe, recentemente eclodiu no mundo vários supostos casos de abuso e pedofilia praticados por pessoas ligadas à alta cúpula da igreja católica. Padres, bispos, cardeais e muitas outras pessoas. Não estou falando esses fatos para denigrir a imagem da igreja católica, pois a respeito muito, inclusive sou de formação católica e batizado.

Estou citando todos esses fatos, tanto da segunda guerra mundial como a crise atual na igreja católica, pois neles encontramos algo em comum: A falta de convergência ao centro.

Convergência ao centro significa reverenciarmos, respeitar e obedecer as ordens e o direcionamento dos nossos superiores.

Papa Pio XII direcionou que devemos acima de tudo fazer o necessário para a paz. Através de acordos e pensando na população, independente da situação política que vive o mundo.

Já o Papa Bento XVI mencionou sempre em seu pontificado sobre a falta de amor e o materialismo que cerca o mundo. Como se tornou banal o sexo e o casamento, e que devemos ter atitude para mudar isso.

O Papa é o maior líder dentro da igreja católica. Em ambos os fatos mencionados, ninguém seguiu as orientações dos Papas, e por consequência vimos tragédias acontecendo.

Seja no ambiente de trabalho, em um grupo da faculdade, ou se dedicando a uma atividade coletiva qualquer, quando somos subordinados a alguém a primeira coisa que pensamos é que essa pessoa está lá apenas para mandar na gente.

No momento em que imaginamos isso, estamos apenas vendo 5% da importância desse alguém em nossas vidas.

Como dito antes, devemos ver sempre a imagem verdadeira das pessoas, o Jissô. Ver a imagem verdadeira nesse caso, não é acreditar que somos subordinados a alguém que só está exercendo essa função para dar ordens de gosto pessoal, e sim crer que essa pessoa está lá para nos ajudar a alcançar a iluminação e nos preparar para crescer no futuro.

Convergir ao centro, não significa virar amigo e puxar o saco da pessoa que é nosso superior. Como mencionado, devemos acima de tudo respeitar e reverênciar esse ser e seu direcionamento nas atividades, pois se ela está lá é porque possui capacidade para exercer tal função e se podemos crescer será graças a ela também.

Quando mudamos nossa atitude mental e visualizamos nossos líderes dessa maneira, vamos começar a exteriorizar nossas habilidades e também a expor a capacidade de liderar, pois não mais estaremos obedecendo apenas as ordens como um robô, e sim seguiremos nosso líder como um exemplo e partir daí cresceremos vigorosamente.

Se existem bons e maus líderes, é de acordo da maneira que as pessoas em volta dele também acreditam em sua capacidade. Não conheço nenhuma pessoa que quando incentivada firmemente a liderar, deixou a desejar, pois ela se torna convicta de sua capacidade infinita.

Quando deixamos de acreditar no direcionamento do nosso líder e apenas a cumprir tarefas como se fosse qualquer coisa, aí então não estaremos nem aprendendo e nem incentivando. Daí o crescimento de toda a equipe se torna limitado.

É complicado comparar a estrutura de uma instituição gigantesca que é a Igreja Católica, com uma empresa grande, média e pequena, com um grupo de estudos, ou até mesmo com outras organizações religiosas.

Porém, em todos os casos existe algo chamado fundamento. O líder é aquela pessoa que acima de tudo, carrega sempre o fundamento daquilo que prega e coloca aos seus liderados. Quando deixamos de convergir ao centro, corremos sérios riscos de distorcer o fundamento, pois começamos a agir apenas da maneira que nós achamos que deva ser.

Quando distorcemos o fundamento, não sabemos mais o motivo das coisas e a partir daí nos revoltamos a aquilo que um dia acreditamos, pois se acabam as respostas.

Por isso existem muita gente que se voltou contra a sua religião, seu trabalho, e etc. Isso acontece porque essas pessoas não tiveram convergência ao centro, e ao começarem a fazer e pensar as coisas a sua maneira, e acabaram distorcendo o fundamento, ficando por não saber mais o que seguir.

Convergir ao centro é algo que não aprendemos da noite pro dia. É necessário muita prática e acima de tudo, ver o Jissô nas pessoas.

Sem essa de ficar apenas criticando e colocando defeitos, pois isso já sabemos que quase todo mundo faz. Então vamos ser o diferencial e acreditar também, pois afinal, quando alguém acredita na gente, nos sentimos felizes, motivados e crentes para o nosso sucesso, e aí então manifestamos nossa capacidade infinita.