segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre o Desapego - Segundo estudo

Após o primeiro estudo sobre o desapego, aonde analisamos o apego à matéria, gostaria de abordar aqui sobre o desapego às pessoas.

"Sobre o Desapego" é um estudo que está dividido em 3 partes, devido a grande abrangência que o tema aborda. Semana que vem teremos a terceira e última parte.

Apesar de cada tópico abordar o desapego em aplicações diferentes, acredito que só conseguiremos viver de maneira totalmente desapegada, se praticarmos isso em todos os aspectos de nossa vida. Seja materialmente, com as pessoas, etc.

Como dito antes, viver desapegado não significa viver com irresponsabilidade e despreocupado, mas sim com as portas da vida abertas, para receber cada vez mais oportunidades e crescer. O apego freia o ser humano.

Quando falamos de apego ao ser humano, quero dizer que muitas vezes achamos que nossa felicidade depende exclusivamente e apenas de uma única pessoa em nossa vida.

Não quero dizer que podemos viver sozinhos, porém erroneamente o ser humano tem o costume de colocar a culpa sobre os outros, devido ao fracasso de um estágio de sua vida.

Assim que nascemos, normalmente as primeiras pessoas com quem temos um maior contato são os nossos pais. Eles nos educam, dão postura, nos transformam em "gente". Grande parte de nossa personalidade, herdamos deles exatamente pelas atitudes que observamos, quando criança.

E quando somos crianças e estamos começando a descobrir um pequeno mundo ao nosso redor, agimos por impulso e curiosidade, muitas vezes errando. Quem já não fez alguma arte e tomou uma severa bronca dos pais?

E conforme vamos crescendo adquirimos cada vez mais personalidade, e passamos a entender melhor de como o mundo funciona. Nesse estágio andamos com pessoas com pensamentos semelhantes ao nosso e descobrimos as primeiras paixões.

Já nessa época conhecida como adolescência, muitas vezes continuamos a agir por impulso e curiosidade, porém já sem tanta a proteção dos pais. Passamos então a nos espelhar conforme outras pessoas ao nosso redor, e assim conhecemos as primeiras frustrações de nossas vidas devido a nossa busca pela liberdade.

Quando nos tornamos adultos, deparamos com muitos outros desafios que não imaginávamos quando mais jovens. Aí começa a pesar o lado financeiro e material também.

Por isso, é necessário que o ser humano busque sempre apoio, força e amor em outras pessoas. É com essas trocas de forças que passamos a aprender novos valores e essas pessoas vão nos ajudar na caminhada da vida, assim como também nós a ajudamos em seus objetivos e sonhos.

O tempo inteiro somos rodeados de pessoas, aonde cada um tem Deus em seu interior manifestado de determinada forma de acordo com seu estado espiritual e mental.

Através desse estado espiritual e mental que determinará como será o relacionamento dessa pessoa com a gente, pois ela terá uma importância em nossa vida de acordo com a compatibilidade do nosso estado espiritual e mental.

Ela poderá ser um simples colega, um amigo, ter uma amizade profunda ou um namoro, casamento, etc.

Assim como cada estágio de nossa vida é importante para o nosso crescimento, cada ser humano que faz parte de nossas vidas também carrega dentro de si algo que também nos ajudará para com os nossos objetivos e sonhos, compartilhando sentimentalmente também.

Por experiência própria e como já li também, acredito que tudo tem seu ciclo.

Quando esse ciclo termina, é porque ambas as pessoas (amigos ou casais), já aprenderam o suficiente um com o outro, e dái que é nesse momento que a relação passa a ficar menos intensa ou terminar.

Se a sintonia entre ambas as pessoas estiver sempre igual, a relação pode durar muito tempo, inclusive a vida inteira. É o caso de amizades que nos acompanham durante a vida, casamentos, e pais e filhos.

Nós não somos ligados aos nossos pais apenas pelo sangue e sobrenome, mas principalmente porque espiritualmente já estávamos em sintonia com o espirito deles antes de nascermos e assim assumimos uma relação muito profunda com eles, sendo filhos.

Mas como dito antes, tudo tem seu ciclo e assim que esse termina, devemos partir em busca de novos horizontes.

Quero dizer que devemos sempre manter aberto o caminho para nossas vidas, pois novas pessoas sempre virão para nos preencher e ensinar.

Até mesmo nossos pais quando partem, é porque já realizaram sua missão para conosco.

Tive grandes amigos com quem criei forte laço de amizade, porém devido a ocasiões da vida não pude mais continuar com a amizade que tinha. Devido a convivência com eles, aprendi muita coisa e mudei bastante minha personalidade, abrindo portas para novas pessoas que conheci posteriormente. Hoje sinto bastante gratidão por eles terem passado na minha vida.

O mesmo devemos dizer das pessoas com quem mantivemos algum relacionamento amoroso sério. Nesse, o casal não é apenas ligado pela atração carnal, e sim por querer espiritualmente também estar junto na vida dessa pessoa.

Quando esse ciclo termina, não devemos nos prender a frustração e tristeza de querer a pessoa de volta. Tanto na amizade, quanto no namoro e casamento, temos que ter a mesma compreensão que tivermos para aceitar essa pessoa na nossa vida, para também nos despedir dela.

Quando assumimos um relacionamento, nos comprometemos em dedicar parte de nossa vida, nosso amor e exteriorizar nosso Deus, para dividir a vida com outra pessoa.

Aqueles que dizem que gostam de se relacionar com certa pessoa porque ela é bonita, não está aprendendo nada espiritualmente, porque seus sentidos estão ligados apenas ao lado carnal de seu parceiro. Esse tipo de pessoa são aquelas que nunca mudarão, vão derrapar sempre na mesma curva e sentir as mesmas frustações sempre.

Quando agimos assim, não conseguimos compreender a missão de cada pessoa em sua vida, porque achamos que vivemos em função dos outros quando na verdade nós é que estamos recebendo a luz de cada um ao mesmo tempo que exteriorizamos nossa luz ao próximo.

Não é fácil administrar esse tipo de situação. Acredito que todos nós passamos por estágios iguais na vida, porém em intensidade diferente, de acordo com o estado espiritual de cada um de nós.

Quando se sentirem tristes por não ter mais alguém ao seu lado, procure sempre manter o sentimento de gratidão por tudo que essa pessoa já fez em sua vida.

Devemos registrar apenas as coisas boas que alguem fez por nós, pois assim valorizamos e enxergamos o quanto que crescemos graças a essa pessoa.

Quando percebemos que crescemos com a ajuda dela, tomamos consciência de como ficamos preparados e fortes, para um novo estágio da vida.

Após o fim de um ciclo, não devemos desejar alguém para gente apenas, pois quando fazemos isso estamos desviando o foco da vida dessa pessoa somente para o nosso lado, enquanto que na verdade essa pessoa também tem seus sonhos, objetivos de crescimento, etc.

Como você sentiria se sentindo preso? Isso talvez o impeça de partir para novos rumos e objetivos, portanto é importante respeitar isso nas outras pessoas.

Nossa vida está em constante avanço, porém algumas coisas não mudam. Não é porque você mudou de amigos, namorado(a), noivo, marido, que você deixa de sonhar, de pagar contas, de procurar um emprego melhor, de estudar algo novo, etc.

As pessoas que são importantes na nossa vida, vão nos dar um foco melhor do que podemos enxergar no horizonte para avançar.

Quando os caminhos a frente se tornam nítidos para ambos, aí então devemos partir para aonde avistamos. Se será ou não junto dessa pessoa, depende em que direção cada um enxergou.

Não podemos esquecer que assim como nossos pais tiveram a missão de nos trazer ao mundo, Deus nos deu uma missão antes de estarmos aqui e devemos cumprir, porque certamente ela é grandiosa.

Um comentário:

  1. muito bom teus textos, através dele cheguei a conclusão que só o desapego nos leva ao sentimento de gratidão! Parabéns!

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