quarta-feira, 7 de abril de 2010

Saber Equilibrar o Tempo

Quando dedicamos um pouco de nosso tempo a algo em especial, na maioria das vezes entramos em uma nova fase da vida. Seja quando ingressamos em uma faculdade, algum curso em especial, quando começamos um relacionamento amoroso, quando iniciamos em um novo emprego e por ae vai.

Isso é algo bastante nobre, pois todo ser humano que consegue preencher seu tempo livre, é porque está repleto de objetivos a cumprir e no momento está plenamente desperto a realizar tais tarefas a ele direcionado. O Mestre dizia aos jovens que pessoas que conseguem fazer mais coisas além do necessário (estudar no colégio) são pessoas privilegiadas, pois possuem mais oportunidades de obter crescimento e manifestar sua capacidade infinita.

Eu tive o privilégio de anos atrás poder estudar no tempo do colégio aulas com instrumentos musicais, judô, handball e por fora fiz por cerca de 7, 8 anos aulas do idioma em japonês. Porém na época nunca vi a necessidade de realizar tais tarefas, eu fazia mais por prazer, não vendo assim algo de suma importância para o meu futuro. Um tempo depois, já frequentando também as reuniões de jovens da Seicho-No-Ie e conseguindo entender melhor o ensinamento, me apareceu uma oportunidade que mudou completamente minha vida. Fui convidado na época por um amigo, a ajudar nas reuniões da associação aonde eu frequentava, assumindo cargo e tudo mais.

Na época quando aceitei o convite (cujo detalhes gostaria de contar futuramente em um post dedicado), eu não fazia a mínima idéia de como seria, assim como aconteceu com a maioria das pessoas que conheci que também passaram a ajudar na Seicho. Apesar de não saber como seria e nem o que fazer, eu sentia uma importância muito grande nessa função. Não era algo que eu queria fazer por prazer, então levei no começo como uma grande obrigação, afinal era o "Movimento de Iluminação da Humanidade", não é? Aí então passei a ocupar boa parte dos meus sábados e domingos, as atividades doutrinárias desse maravilhoso ensinamento. Com o tempo, e também graças a ajuda de muitos amigos e livros, compreendi melhor o sentido de você ser convocado a ajudar em um movimento como esse, e passei a ver minha dedicação não mais como uma obrigação, mas sim como algo prazeiroso, e que estava gostando de verdade do que estava fazendo. E juntamente com isso muitas coisas iam rolando na minha vida. Eram estudos, trabalho, algum eventual namoro e ainda por cima tinha quase todos meus fim de semanas dedicados a atividades doutrinárias, fora eventos familiares.

Citei um pouco da minha experiência vivida, pois certamente muitos de nós conforme vamos envelhecendo, ocupamos cada vez mais nossas agendas com compromissos profissionais (emprego) e obrigações. Isso implica em faculdade, especializações, pós, etc. A grande diferença é que quando nos dedicamos a esse tipo de atividade, encaramos realmente como um investimento quase que obrigatório, algo necessário para nosso sucesso pessoal. E isso vai se amadurecendo demais conforme o indivíduo fica mais velho, carimbado pelas experiências de vida.

Se perguntarmos para um estudante de primeiro ano de faculdade de qualquer curso, na maioria dos casos ele vai falar a você "ESTOU AQUI NESSE CURSO, PORQUE É ALGO QUE GOSTO MUITO E QUE VAI ME FAZER CRESCER". Se você chegar nesse mesmo cidadão quando ele estiver no último ano de faculdade, é bem provável que ele lhe fale "GRAÇAS A DEUS ESTOU SAINDO DAQUI, NÃO AGUENTO MAIS!". Puxa vida, como é que alguém dedica anos de sua vida a algo que ele nem mais aguenta?

Mas agora vem algo que é mais instigante: No primeiro de faculdade esse estudante em 80% dos casos não tinha estágio, não trabalhava, boa parte da renda dele vem da família, não traçava nenhum objetivo e não tinha a mínima experiência de mercado. No último ano, ele já estava estagiando ou efetivado, está muito mais maduro, já tem boa qualificação e experiência de mercado para ingressar em empresas maiores, já comprou seu carrinho, já tem perspectiva de futuro, de qual será o próximo passo. Então concluímos que a dedicação dele na faculdade foi algo que certamente o ajudou a crescer como pessoa e isso projetou boas oportunidades de mercado a ele. Então por que ele não aguenta mais aquele ciclo? Esse tipo de estudante certamente cresceu muito materialmente e como pessoa, fazendo-o amadurecer, mas seu crescimento espiritual não o acompanhou.

Quando o nosso crescimento espiritual não acompanha nossa evolução como pessoa, não conseguimos enxergar mais como prazeiroso e importante as nossas tarefas do dia a dia, mas sim vemos tudo como uma rotina, um "saco". Dai é muito mais fácil de ficarmos entediados ou irritados com qualquer coisa que ocupe nosso tempo até que uma hora não aguentamos mais e acabamos por estressados. Por isso eu credito como valiosa a função que tive na Seicho como dirigente na associação, pois mesmo tomando minha dedicação física e de tempo, foi ela quem me deu crescimento espiritual ao mesmo tempo que eu estava buscando meu crescimento pessoal. Acredito que por isso eu não cheguei a ter na minha vida graves problemas com estress e frustação, mesmo com muitos compromissos ao mesmo tempo, exigindo de mim extrema dedicação e saúde.

É importante sempre que preenchermos nosso tempo com algo novo como um curso, emprego, etc, buscarmos de alguma maneira algo que nos proporcione crescimento espiritual também. Quando investimos em nós mesmos, é quase sempre certeza de que vamos ter retorno em forma de crescimento, porém se não cuidarmos do nosso lado espiritual, ficaremos com a alma tenebrosa e o corpo cansado.

Não podemos esquecer de nunca de nos privarmos das coisas que gostamos de fazer como o lazer também. Particularmente eu acho essa uma das partes mais importantes da vida. Saber equilibrar tudo que nós gostamos de fazer, com as nossas obrigações de objetivos. O lazer não pode ser uma fuga aos nossos compromissos, e quando isso acontece acabamos por sempre exagerar em algo, prejudicando aí outras partes de nossa vida. Acima de tudo também, temos de ter gratidão a todas as coisas que a vida nos proporciona, pois quando exergamos cada atividade nossa como oportunidade de Deus para nosso crescimento, aí deixamos de ver as coisas como obrigação, e passamos a encarar a vida com prazer e amor.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo Blog Jinu!!!
    Muito bom mesmo o que você escreve aqui.
    Abraços e até mais

    Ricardo Nonaka

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  2. Valeu ae Nonaka pela visita e apoio! Continue sempre visitando =]. Abraços!

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